domingo, 14 de julho de 2013

Sobre a Televisão


    O livro que venho comentar hoje é... Digamos que é uma tarefa difícil falar sobre ele, não por ser ruim, mas por ser muito bom, e eu não sei por onde começar. Tive que lê-lo para um trabalho na disciplina de Introdução à Comunicação e me surpreendi muito. Não que eu estivesse esperando um livro ruim, mas não esperava um livro que dissesse tanto em tão poucas páginas. É um exemplar, pequeno, de 143 totais e fácil de ser lido.
    Confesso que, inicialmente, quase desisti de ler o livro por um motivo que depois foi o que me fez me ater a leitura com fervor. O autor, Pierre Bourdieu, é um sociólogo e critica fortemente os jornalistas. Bom, como estudante de jornalismo, tive receio que a leitura me desestimulasse quanto à carreira, mas não foi isso que ocorreu. A obra é uma leitura altamente recomendada tanto para os que cursam Ciências Sociais, assim como Comunicação. Como disse uma amiga minha, esse livro serve para vermos o que é feito de "errado" em nossa profissão, para que possamos fazer o "certo". Embora eu não veja exatamente nesses termos, é mais ou menos isso a ideia principal. Na minha opinião, o livro mostra a realidade do universo do jornalismo (talvez com uma tendência pessimista demais, porém ainda válida) e prepara o estudante para coisas que ele certamente irá encontrar em sua vida profissional.
  É essencial, claro, como para qualquer livro, principalmente os técnicos/teóricos, que a leitura seja crítica. Não se pode, não se deve absorver tudo o que o livro passa e deixar o assunto morrer aí. Não vou me ater a uma longa discussão sobre o assunto da obra, pois isso ficará para um futuro post. Por hora, farei uma listagem de alguns dos principais tópicos.
    "Sobre a Televisão" trata, num primeiro momento, da influência e manipulação da mídia televisiva, nas estratégias e armas usadas para tal. São abordados conceitos muito interessantes, como os "fatos-ônibus" e o narcisismo televisivo. Há também uma forte discussão sobre a intelectualidade (que me limitarei a resumir de acordo com a visão do autor, sem exprimir opinião). Segundo Bourdieu, os intelectuais, aqueles que exercem papéis no ramo de produção cultural, se dividem em dois tipos: os que publicam para aparecer na televisão, para as "masas"; e os que publicam para serem reconhecidos entre os seus iguais, obras com um verdadeiro teor intelectual. Bourdieu também afirma que os jornalistas buscam se passar por intelectuais, mas tem, na verdade, uma forte tendência ao antiintelectualidade... (não me deterei na explicação desses conceitos).
    Em um segundo momento, Bourdieu trata da influência no campo jornalístico: tanto a que ele sobre, oriunda dos meios externos, como a que ele próprio impõe a eles. Tenho que dizer, essa parte me abriu os olhos e passei a ver com um outro olhar os meios de comunicação. É muito fácil criticar esse ou aquele jornal, dizer que essa ou aquela revista é parcial e sensacionalista... Mas ao estudar o fundo disso, ao se conhecer a natureza do jornalismo e a sua relação com a sociedade, é impossível continuar com essa mesma abordagem cheia de preconceitos.
    Como já disse, a leitura que fiz foi crítica, o que significa que não concordo nem discordo plenamente das ideias do autor: tirei delas meus próprios conceitos. Para não influenciar a leitura de quem vier a se interessar pelo livro, me abstive de expressar opiniões agora - mas haverá um momento especial para isso num futuro post. Deixo aqui minha recomendação desse livro, e garanto que a leitura será muito proveitosa, até mesmo a um público "leigo" na área de Humanas, que talvez não compreenda todos os conceitos, mas que certamente passará a encarar a mídia de uma outra maneira.


    

Um comentário:

  1. Olá! Como vai?
    Adorei a resenha, de verdade. O livro me parece bastante informativo. Tenho uma opinião formada a respeito da mídia, e não sei se um livro como esse me fará mudar meus conceitos ou aprofundá-los, e acho que esse é um motivo para eu não ler - o medo, talvez? Enfim, eu posso ler um dia, mas, mesmo que eu queira muito, não vou pelo momento.
    Beijos,
    Karol.
    http://heykarol.blogspot.com.br/

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