quarta-feira, 23 de abril de 2014

Agatha Christie - Assassinato no Expresso do Oriente


Resolvi me aventurar com uma autora que por muito tempo reneguei, sem motivo certo. Talvez com medo de encontrar algo super-valorizado; provavelmente com receio de encontrar apenas mais do mesmo. Eis que, finalmente, tomei a decisão de encarar de frente um romance de Agatha Christie, e descobrir por conta própria a veracidade do título de Rainha do Crime. Embarquei com Hércule Poirot e uma dúzia de misteriosos passageiros no famoso Orient Express, pronto para me envolver com o mistério.


De romances policiais, tudo que eu havia lido até ano passado se resumia a alguns dos romances e contos de Conan Doyle. O fato de ter começado pelas histórias do detetive mais famoso do mundo me fez encarar os outros romances do gênero com poucas expectativas. Finalmente, resolvi dar uma chance a algum outro autor, quando Rowling lançou "O Chamado do Cuco". Embora não tenha sido este seu melhor trabalho, foi o bastante para me convencer e me entreter; e o toque de humor ácido da autora faz qualquer um de seus livros valerem a pena.
  Ao ler "Assasinato no Expresso do Oriente", confesso que fui surpreendido. Fui ao livro sem grandes expectativas, mas o final realmente me surpreendeu (embora tenha achado um ou outro ponto meio forçado). Entretanto, fora algumas (muito) boas frases de impacto, a história não me proporcionou muito mais do que um bom mistério e algum entretenimento. Talvez seja um mal comum ao gênero; talvez não. Confesso que tenho muita vontade de ler um romance policial, que tenha uma boa trama perpassando o mistério central. Personagens bem construídos, histórias subjacentes bem exploradas; acho que o romance que mais me proporcionou essa experiência foi "O Chamado do Cuco", embora sem dúvida nenhuma meus favoritos são os das aventuras de Sherlock Holmes.
  A leitura do romance é super rápida, e se você tem a curiosidade aguçada, talvez termine o livro ainda mais rápido. A narrativa de Agatha Christie não é ruim, mas flui talvez rápido demais, com muitos diálogos e foco total na trama a ser desvendada. Como ponto a seu favor, posso citar o carisma dos personagens e o mistério bem construído.
Não quero dizer que qualquer um é capaz de criar um bom mistério, mas na minha opinião, esse deve ser o elemento básico de todo o romance policial. Portanto, aqueles que se atém unicamente a isso acabam, ao meu ver, se tornando apenas um em tantos outros. Claro que uma narrativa bem feita, mesmo que simples, como é o caso de "Assassinato no Expresso do Oriente" é de suma importância para uma leitura agradável, mas o que procuro é um diferencial, um bom drama como plano de fundo, um mergulho mais profundo na natureza dos personagens e, claro, um mistério bem elaborado.

  De qualquer maneira, a leitura foi agradável e divertida. Se tivesse de dar uma nota, de zero a dez (o que não gosto de fazer), creio que ficaria na média, com decentes 7 pontos. Indico o livro para quem procura divertimento e um pouco de mistério, mas não está na minha lista de "leituras obrigatórias". A rainha do crime, afinal, talvez seja apenas uma duquesa.

domingo, 20 de abril de 2014

O Colecionador - John Fowles


 Olá, como estão?
Hoje, venho comentar sobre o que achei do livro O Colecionador, de John Fowles.

Primeiro: Este livro é Fod@.
5 estrelas, sem dúvidas. (no máximo, a segunda parte do livro que, na minha opinião, arrasta-se muito, mas...)
Enfim, vou ao enredo.

Um pobre funcionário municipal -daqueles que você nem notaria- tem uma paixonite -na verdade, esse diminutivo não poderia nem ter sido cogitado em estar aqui-, ou melhor, uma "Cegueira" por uma mulher, chamada Miranda.

Ele é um colecionador de Borboletas.

Ele ganha um dinheirão, certo dia. Acredita que, com isso, Miranda irá querer ter algo com ele. -Principal detalhe: ela nem o conhece. Mas ele a conhece bem mais que um limite seguro e necessário.

São diferentes. Culturas, pensamentos, pessoas, enfim... Quase, para não dizer, literalmente, de mundos diferentes.

Ela é mais socialista; meio "cult". Ele, realista; Agora, uma pessoa que está rica.

Procura. Analisa. Investiga. Dias e dias. Melhor local, hora, e data... para sequestrá-la.

Enfim, vou parar por aqui -medo de dá spoilers, pois sei que muitos não gostam.
MAS RECOMENDO DEMAIS este livro. Sério. 'Cês não tem noção.
o Final desse livro é a coisa mais surpreendente.
É um daqueles finais que ao ler você se pergunta: Eu li isso mesmo? 0-0 Li 0-0.

Esse livro é baratinho em sebos, então, gente, estão esperando o quê para lê-lo?

sexta-feira, 11 de abril de 2014

TAG: Livros & blablabla

Olá, hoje estou aqui para responder uma TAG que vi no Tiny little things, e achei bem interessante.
Eis o vídeo da Tati: https://www.youtube.com/watch?v=nDHmj80hrlg

A TAG divide-se em 10 perguntas, e vamos respondê-las ;)
1. Você já leu algum livro que mudou sua maneira de ver o mundo?
Italo: Creio que todos os livros tem essa função... Mas Ler Paulo Coelho no meu início de adolescencia fez uma diferença, sim, no meu crescimento como pessoa. O "A redoma de vidro", Os livros do Jorge Amado também foram bem importantes.
Victor:
Vários. Mas entre os primeiros que li, e que mais me marcaram, posso citar Harry Potter; Trilogia Fronteiras do Universo, Uma Vida, etc.

2. Você gostaria que seus diários (ou suas memórias - para quem nunca escreveu um diário) fossem transcritos em um livro e publicados?

Italo: Deus me defenda.
Victor: Já pensei que sim, hoje provavelmente não. No máximo, uma autobiografia disfarçada de romance, mas não sei.

3. Qual é o seu maior medo no universo literário?
Italo: Que as pessoas não leiam.
Victor:
Que o George Martin morra antes de completar Crônicas de Gelo e Fogo D:

4. Qual livro você leu e gostaria de ler novamente?

Italo:
Tantos...  A hora da estrela, Crepúsculo(A série toda), todos do Paulo Coelho, Todos que lido Jorge Amado, Belle, ai, tem muito mais.
Victor:
Tantos... Já reli muito Harry Potter. Algunas YA's já li mais de uma vez. Mas no momento, estou com vontade de reler a Saga da Herança.

5. Você considera algum livro da sua coleção como um troféu? (Foi difícil de conseguir ou foi uma conquista, um presente de alguém muito querido... etc.).
Italo: O Crepúsculo, pois foi o livro que ganhei no primeiro encontro com o homem da minha vida <3 E sem dúvidas duas que tenho muito orgulho e que tenho quase todos os livros do Jorge Amado, e quase todos do Paulo Coelho. Meus livros da Cassandra Rios. E meu box de colecionador do crepúsculo, pois o comprei com meu primeiro salário como professor ;)
Victor: Presente, tenho vários que meu amor me deu, mas tenho um carinho especial por uma versão de Madame Bovary que tenho na minha estante... Meu box de Crônicas de Gelo e Fogo pocket também. 


6. De qual festa ou comemoração que aconteceu nos livros que leu gostaria de ter participado?
Italo:
Alguma que tinha a Bridget Jones <3
Victor: Nossa... Acho que o sonho de qualquer um que cresceu lendo Rowling é participar de uma festa no salão comunal de Hogwarts.

7. Você já sofreu algum tipo de bullying literário por causa de alguma obra que você gosta?

Italo:
Claaro que sim, rs. Adoro Paulo Coelho, e Clássicos, e leio o que quero.
Victor: Já discuti com muitas pessoas, mas eu geralmente não ligo. Leio o que gosto, e se quiserem questionar, tenho bons argumentos para defender o que leio. E ninguém tem o direito de meter o bedelho nas leituras de ninguém.


8. Você já participou ou conhece algum grupo de leitura?
Italo:
Participo, sim, do clube "Blogueiros que retribuem *-*" lá é bem legal e o legal é que por ser no máximo 20 pessoas, dá pra todos manterem-se atualizados e debatendo.
Victor: No sentido de clube do livro, não exatamente, ou ativamente... Já participei de um grupo no Facebook de Clube do Livro, já criei um Skoob, mas fora isso... Não. 


9. Se você tivesse que dividir sua alma em 7 livros, quais seriam?

Italo:
Eu, creio que, dividiria em "Tereza Batista" - Jorge Amado, Onze Minutos - Paulo Coelho, The Bell Jar - Sylvia Plath, Bridget Jones (a série) - Helen Fielding, As mortes e o triunfo de Rosalinda - Jorge Amado, O Evangelho segundo o espiritismo - Allan Kardec, E em meus livros de Sociolinguistica/dialectologia/fonética e fonologia.
Victor:  I see what you did here. E para os que também sabem, a resposta é clara. 

10. Se você tivesse o poder, qual personagem de qual livro mudaria, ressuscitaria ou faria desaparecer?

Italo: Eu iria ressuscitar a Macabéa de "A hora da estrela". Macabéa <3
Victor:
Metade dos personagens de Crônicas de Gelo e Fogo eu ressuscitaria. A outra metade, deixaria o George Martin desaparecer com eles.

Bom, vamos Taggear todos os participantes do Grupo mais lindo: Blogueiros que retribuem *-* <3
A Val linda amor do torpor niilista <3
o blog(ou se ela quiser responder no Vlog) da Nessa <3 que é o Leitura em foco

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Momento musical: Marina and the Diamonds e a saga de Electra Heart

Surgida das profundezas da música indie, a cantora britânica Marina Lambrini Diamandis (conhecida pelo seu nome artístico Marina and the Diamonds) criou muita polêmica entre seus fãs com o lançamento de seu segundo álbum de estúdio, intitulado Electra Heart. Muito mais pop que qualquer produção anterior da artista, o CD aparenta ser fútil, com refrões chicletes e feito para vender; e, de fato, alcançou um sucesso muito maior que seu antecessor, The Family Jewels. Mas o verdadeiro valor do álbum encontra-se nas críticas cheias de ironia e sarcasmo que Marina domina com maestria, e que acompanham-na desde o começo de sua carreira. 
  Como há muito a ser dito, atenho-me aos vídeo-clips que foram produzidos de uma maneira cuidadosa e brilhante. Apresento-vos a saga de Electra, uma mulher que fez de tudo para alcançar o que queria, e pagou o preço por isso.


  O Início ♥

  Fear and Loathing e Radioactive são os singles que anunciam o prólogo do nascimento de Electra Heart. No primeiro vídeo, vemos Marina com seu cabelo original, moreno, cortado bem curto. A música fala sobre mudanças, sobre uma sensação de angústia que sufoca; e o desejo de se ver livre e sentir-se novamente leve. A melodia brinca muito com os contrastes, sendo em partes muito pesada, e em outras mais sútil. Canta-se sobre o desejo desesperado de se superar os medos e os erros do passado para que se possa viver a vida. É uma canção de autocomiseração, sobre o desejo da libertação.
  Radioactive dá sequencia à trama nos apresentando Marina, agora loira, fazendo as malas e partindo de carro sem rumo. Com seu inconsequente companheiro, ela parte em uma viagem sabática e esquece de levar o bom-senso na bagagem. Num ritmo cheio de energia, a cantora declara que se apaixonar é seu maior medo, e que agora seu sangue pulsa como que radioativo em suas veias. O terreno seco que era seu coração agora pulsa, berço fértil que acolhe as mais inusitadas emoções. O terreno está preparado para o nascimento de Electra Heart.

*****

  Como não quero me estender muito para não deixar o post grande demais, mas como também não quero fazer algo muito superficial, dividirei esse texto em algumas postagens. Espero que até aqui, eu tenha consegui atiçar a curiosidade e dar um gostinho do que está por vir. Quem ainda não conhece os trabalhos de Marina and the Diamonds pode aproveitar para descobri-lo; e aqueles que já são fãs podem interagir deixando suas opiniões e interpretações. No próximo post, falarei de The Archetypes e Primadonna, e já deixo os links nessa postagem, para irmos entrando no clima; pois estamos prestes a presenciar o nascimento de Electra Heart.