domingo, 13 de outubro de 2013

Sobre "Uma Vida" de Guy de Maupassant


  Hoje venho falar de uma obra de um autor que eu ainda não conhecia, mas que foi muito além de minhas expectativas.
  Guy de Maupassant foi afilhado de Gustave Flaubert  (autor de Madame Bovary) e com este se aperfeiçoou na arte da escrita. Maupassant também foi um dos autores na qual se inspirou Daphne du Maurier (autora de Rebecca, que mais tarde ganhou uma adaptação cinematográfica pelas mãos de Hitchcock).

  Os primeiros capítulos de Uma Vida são meio parados, e nos apresentam Jeanne, uma jovem de 17 anos que acaba de deixar o convento para morar novamente junto aos pais, nos Álamos, um castelo que é apenas uma das muitas propriedades da família. Jeanne é sonhadora e romântica, e após ter passado anos em isolada em um convento, não vê a hora de ver todas as suas fantasias criadas nesse período se realizarem. 
  De fato, a jovem não tem que esperar muito, pois eis que aparece em sua vida Julien, um visconde sedutor por quem logo toda a sua família se encanta. Ela mesma se vê tomada de uma arrebatadora paixão, e logo vem a tona o noivado e, por tabela, o casamento com que tanto sonhara.
  Aqui devo fazer uma ressalva: até esse momento, o livro meio que se arrasta, porém tudo isso ocorre ainda no começo. Passando-se essa parte não muito sedutora (exceto pela narrativa impecável de Maupassant), após o casamento as coisas começam realmente a ficar interessantes, e desse ponto em diante, não consegui mais soltar o livro por um minuto.

O autor
  Jeanne tem sua primeira desilusão quanto ao caráter de seu marido durante sua lua-de-mel, seu marido se revela grosseiro e mesquinho. Dai para a frente, Julien revela o pior de si: se torna descuidado, desleixado com a própria aparência, ignora Jeanne tanto quanto possível, a cada dia de torna mais rude e passa a controlar todos os bens da família. O ápice do desgosto atinge a jovem quando descobre que seu marido é infiel, e que teve um filho bastardo. A trama segue cheia de altos e baixos, e nossa protagonista se vê ora em um enebriante delírio de felicidade, ora em uma amarga tristeza sem esperanças. 
  Recomendo muito a leitura, é um livro sensacional e que traz uma valiosa lição de vida; claro, daquele jeito charmoso e encantador que só os verdadeiros clássicos conseguem.


2 comentários:

  1. Não conhecia
    Mas parece ser bem interessante e com uma boa proposta de história

    Beijos
    @pocketlibro
    http://pocketlibro.blogspot.com

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  2. Para ser sincera nunca tinha ouvido falar no livro e tb no autor, mas deve ser uma leitura agradável, pela resenha achei um pouquinho parecido com o livro "Inocência" de Visconde de Taunay.
    Quem sabe o livro não entra para minha lista do ano que vem?
    Bjus!

    coisasdeanalima.blogspot.com.br

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